FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Ensaios são de interesse de diversos setores, a exemplo das indústrias química, petroquímica, de papel e celulose, de tratamento de água e efluente.

 

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) inaugurou hoje (9/12), em São Paulo, o Laboratório de Controle de Processos Industriais. Vinculado ao Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle, é formado basicamente por duas plantas pilotos que deverão ser usadas para fins de pesquisa aplicada, sobretudo entre os alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica da Poli.

Segundo o coordenador do Laboratório, o professor Claudio Garcia, a primeira planta simula o tratamento de efluentes industriais a partir de um processo de neutralização de pH, permitindo o estudo de algoritmos de controle e de modelos matemáticos relacionados ao comportamento dinâmico do processo.

Essa planta, que emprega softwares e sistemas de instrumentação e controle similares aos usados em refinarias da Petrobras, conta com uma grande variedade de instrumentos, incluindo medidores de vazão, nível, pH, pressão, temperatura e condutividade.

“Ela funciona de modo semelhante a uma planta real de tratamento de efluentes que colhe a água de um rio ou lago, utiliza essa água em seus processos que tornam a solução ácida e, antes de jogá-la novamente no lago ou no rio, tem que neutralizá-la com o auxílio de uma base. A planta piloto do laboratório fará basicamente esse trabalho de neutralização do pH da água”, explica Garcia.

A segunda planta é voltada ao controle de vazão de água. “Essa segunda planta é formada essencialmente por duas válvulas de controle, com diferentes níveis de atrito, que buscam controlar a vazão de fluido em um circuito fechado de circulação de água”, conta.

“As perturbações na vazão são causadas por uma terceira válvula de controle, que opera como um dispositivo de perturbação. O objetivo dessa planta é estudar e avaliar algoritmos para quantificar e compensar o atrito em válvulas de controle”, afirma Garcia.

A planta piloto permite, portanto, o estudo de como melhorar a operação de válvulas de controle que estejam submetidas a atrito excessivo, situação típica de válvulas muito antigas ou com problemas de manutenção. As válvulas de controle são amplamente empregadas em plantas de processo por indústrias químicas, petroquímicas, de papel e celulose, de tratamento de água e efluentes, alimentícias e farmacêuticas.

Esse tipo de análise, explica Garcia, interessa muito à indústria e “a nova planta piloto do laboratório da Poli possibilitará verificar como seria possível prolongar a operação de um processo em uma indústria com válvulas ruins, que já estão operando há muitos anos e que não podem ser substituídas até que haja uma parada total da planta para manutenção.”

Segundo o professor Claudio Garcia, foram investidos no laboratório cerca de R$ 400 mil, recursos estes advindos da própria Escola Politécnica e de doações de fabricantes e fornecedores de instrumentos e sistemas de controle.

 

Print Friendly, PDF & Email